sábado, 29 de novembro de 2014

13 anos sem Harrison


   No dia 29 de novembro de 2001, perdeu-se uma das figuras mais importantes do mundo da música. George Harrison, guitarrista dos Beatles, emprestou também a sua voz a algumas músicas da banda, como Here Comes The Sun ou Something.
    Para além dos Beatles, teve um grande sucesso na sua carreira a solo e com os Traveling Wilburys.
    Morreu há treze anos, devido a um cancro do pulmão.
  Harrison será eternamente lembrado como um dos melhores guitarristas de sempre, numa das maiores bandas de sempre.

"With our love, we could save the world"
George Harrison com Ringo Starr e Paul McCartney

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A despedida dos Pink Floyd


     No passado dia dez de novembro foi editado o novo (e último) disco dos Pink Floyd. O anúncio do lançamento do décimo quinto trabalho da banda britânica surpreendeu os fãs, numa altura em que (quase) ninguém acreditava num sucessor do The Division Bell.
     Em forma de homenagem a Richard Wright, teclista e co-fundador da banda, falecido em 2008, David Gilmour e Nick Manson juntaram-se e editaram The Endless River.
     O disco não é mais do que uma coleção de sobras das composições feitas em The Division Bell. Sobras essas que se percebe facilmente porque ficaram de fora, em 1994.
     Quem ouve o álbum, nota que é um trabalho muito inferior àquilo a que os Pink Floyd nos habituaram. 
     As três primeiras faixas soam a qualquer coisa já ouvida anteriormente, são pouco originais e muito monótonas. Na minha opinião, o momento mais alto do disco passa-se na sequência Allons-y (1), Autumn'68 (homenagem a Summer '68) e Allons-y (2). Em Louder Than Words, a única faixa cantada no álbum, encontramos pequenas semelhanças com Hey You.
     Em Portugal, foi um disco bem recebido, uma vez que, logo na primeira semana se venderam mais de 5 mil exemplares, conseguindo o primeiro lugar na tabela de vendas.
     The Endless River é uma carta de despedida dispensável mas que consegue ser recompensadora quando se volta a ver os Pink Floyd no topo, vinte anos depois. É um trabalho mediano de uma banda que, durante toda a carreira, nos habituou a discos de elevadíssimo nível. 
     
     

sábado, 15 de novembro de 2014

A viagem espacial de José Cid


    Quando nos falam em José Cid, a primeira coisa que nos vem à cabeça são músicas sobre macacos, bananas ou sobre aquela cabana junto à praia. E quando nos dizem que o José Cid tem um dos melhores álbuns de rock progressivo do mundo, não queremos acreditar.
     Mas é verdade. Estávamos em maio de 1978 quando 10000 Anos Depois Entre Vénus E Marte foi lançado. O álbum foi quase ignorado nesse período, muito por consequência da força que o punk ganhava nessa altura e que o prog rock ia perdendo.
     A produção do álbum começou quando José Cid se decidiu juntar a Mike Sergeant, Zé Nabo e Ramón Galarza para gravar um disco que apresenta evidentes influências dos Pink Floyd e dos Moody Blues. Em 10000 Anos conseguimos ouvir um desfile de instrumentos de teclas. Cid tocava vários teclados, dos quais se destaca o Mellotron, que conferia ao álbum um som espacial e intenso, juntamente com um belo som de guitarra. Era uma coisa nunca antes ouvida em Portugal.
     Todas as oito faixas do álbum contam uma história: um homem e uma mulher conseguem fugir do planeta Terra, depois de este se auto-destruir, e encontram um novo planeta para viver. Dez mil anos depois, regressam à Terra com o objetivo de a repovoar.


     Ignorado em território nacional, levou o músico a lançar-se noutros caminhos mais acarinhados pelo povo português. Porém, em 1994, despertou o interesse de uma editora norte-americana - Art Sublime -, que propôs reeditar o álbum e incluir ainda Vida (Sons Do Quotidiano) como faixa-bonús.
     Só a partir do ano de 2000 é que o disco ganha uma maior notoriedade, com a descoberta do mesmo por parte de fãs de novas gerações e de vários músicos, que apreciavam este registo musical.
     A reação da imprensa também ajudou à propaganda deste trabalho, com revistas como a Q e a Billboard a avaliarem-no como um dos melhores cem discos de prog rock do mundo e de todos os tempos.
     Como o álbum teve um número limitado de cópias, torna-se muito difícil encontrá-lo à venda e, em sites de compras online, como o e-Bay, chega a atingir valores superiores a cem euros.
     Inúmeras bandas tomam o 10000 Anos como referência, como é o caso dos Capitão Fausto, que até possuem uma música chamada ZéCid, em homenagem ao próprio. 
     Apesar de só ter alcançado o reconhecimento merecido muitos anos mais tarde, o trabalho de José Cid ganha fãs nos quatro cantos do mundo a cada dia que passa, encantados com o música de um álbum que, mesmo tendo sido gravado há mais de trinta anos, é dotado de uma qualidade que o torna intemporal. 


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Muse confirmados no NOS Alive 2015

     Os britânicos Muse são a segunda confirmação do festival NOS Alive. A banda de Matt Bellamy foi a escolhida para ser cabeça de cartaz no dia 9 de julho, dia onde também irão atuar os alt-J.


sábado, 1 de novembro de 2014

A estranha loucura de Syd Barrett


     Hoje vou falar de um dos meus álbuns preferidos e no qual ando bastante "viciada", ultimamente. Esse álbum é o The Madcap Laughs, do Syd Barrett.
     Comecemos pelo artista: Roger Keith Barrett, mais conhecido por Syd Barrett nasceu a 6 de janeiro de 1946, em Cambridge.
     Famoso por ser o fundador dos Pink Floyd, gravou apenas dois discos com a banda, da qual saiu devido aos seus problemas, maioritariamente relacionados com a droga.
     Enquanto artista a solo, gravou três álbuns, dos quais destaco o The Madcap Laughs, uma verdadeira obra-prima. Este foi editado em janeiro de 1970 e produzido por artistas como Roger Waters, David Gilmour e Malcom Jones.
     The Madcap Laughs pode ser considerado o resultado do trabalho de um homem que se estava a destruir lentamente. Barrett sempre foi conhecido por ter uma "relação privilegiada" com substancias ilícitas, maioritariamente LSD, e pelo seu estado de saúde (era esquizofrénico). Com estes problemas mentais (ou, talvez, devido a eles) criou este magnífico álbum que, nos dias de hoje, ainda continua a apaixonar muitos ouvintes.

Syd Barret com os Pink Floyd
     Durante todo o álbum podemos analisar a genialidade do rock psicadélico e, principalmente, das letras escritas pelo fundador dos Pink Floyd. Nelas podemos encontrar uma série de metáforas sobre a vida pessoal do artista ou sobre a participação na banda de Wish You Were Here.
     Logo na primeira faixa - Terrapin - ficamos hipnotizados pelo som simples da guitarra e pelo ritmo repetitivo, porém belo, da música.
      Here I Go é, provavelmente, a minha música preferida do álbum. Com o seu ritmo, tanto acelerado como lento, consegue transformar-se numa melodia frenética. Quanto à mensagem que transmite, há quem acredite que fale dos Pink Floyd e da maneira como estes o abandonaram.
     O primeiro e único single lançado pelo artista foi Octopus, música onde se notam as inúmeras influências dos Pink Floyd nos seus primeiros anos de existência.
     Dark Globe é, a par de Golden Hair, uma das canções mais sombrias do disco. Nela, Barrett mostra como o seu estado mental o consome a cada dia que passa, tornando-se, talvez, a música mais pessoal do álbum.


     Syd Barrett esteve ativo sete anos, durante os quais teve uma curta, porém fantástica carreira a solo. Acredita-se que deixou de escrever pouco depois de ter deixado os Pink Floyd. A sua deterioração mental agravou-se devido ao uso de drogas. Barrett foi uma figura incontornável do mundo da música, a quem não foi dada a importância merecida. Foi um dos pioneiros do rock psicadélico, space rock e psych folk. Milhões de fãs choraram a sua morte no dia 7 de julho de 2006, devido a problemas relacionados com a diabetes.