sábado, 1 de novembro de 2014

A estranha loucura de Syd Barrett


     Hoje vou falar de um dos meus álbuns preferidos e no qual ando bastante "viciada", ultimamente. Esse álbum é o The Madcap Laughs, do Syd Barrett.
     Comecemos pelo artista: Roger Keith Barrett, mais conhecido por Syd Barrett nasceu a 6 de janeiro de 1946, em Cambridge.
     Famoso por ser o fundador dos Pink Floyd, gravou apenas dois discos com a banda, da qual saiu devido aos seus problemas, maioritariamente relacionados com a droga.
     Enquanto artista a solo, gravou três álbuns, dos quais destaco o The Madcap Laughs, uma verdadeira obra-prima. Este foi editado em janeiro de 1970 e produzido por artistas como Roger Waters, David Gilmour e Malcom Jones.
     The Madcap Laughs pode ser considerado o resultado do trabalho de um homem que se estava a destruir lentamente. Barrett sempre foi conhecido por ter uma "relação privilegiada" com substancias ilícitas, maioritariamente LSD, e pelo seu estado de saúde (era esquizofrénico). Com estes problemas mentais (ou, talvez, devido a eles) criou este magnífico álbum que, nos dias de hoje, ainda continua a apaixonar muitos ouvintes.

Syd Barret com os Pink Floyd
     Durante todo o álbum podemos analisar a genialidade do rock psicadélico e, principalmente, das letras escritas pelo fundador dos Pink Floyd. Nelas podemos encontrar uma série de metáforas sobre a vida pessoal do artista ou sobre a participação na banda de Wish You Were Here.
     Logo na primeira faixa - Terrapin - ficamos hipnotizados pelo som simples da guitarra e pelo ritmo repetitivo, porém belo, da música.
      Here I Go é, provavelmente, a minha música preferida do álbum. Com o seu ritmo, tanto acelerado como lento, consegue transformar-se numa melodia frenética. Quanto à mensagem que transmite, há quem acredite que fale dos Pink Floyd e da maneira como estes o abandonaram.
     O primeiro e único single lançado pelo artista foi Octopus, música onde se notam as inúmeras influências dos Pink Floyd nos seus primeiros anos de existência.
     Dark Globe é, a par de Golden Hair, uma das canções mais sombrias do disco. Nela, Barrett mostra como o seu estado mental o consome a cada dia que passa, tornando-se, talvez, a música mais pessoal do álbum.


     Syd Barrett esteve ativo sete anos, durante os quais teve uma curta, porém fantástica carreira a solo. Acredita-se que deixou de escrever pouco depois de ter deixado os Pink Floyd. A sua deterioração mental agravou-se devido ao uso de drogas. Barrett foi uma figura incontornável do mundo da música, a quem não foi dada a importância merecida. Foi um dos pioneiros do rock psicadélico, space rock e psych folk. Milhões de fãs choraram a sua morte no dia 7 de julho de 2006, devido a problemas relacionados com a diabetes.


5 comentários:

  1. Mariana, que post magnífico! :) Foste buscar uma das personagens mais misteriosas e complexas do Rock e uma das minhas preferidas.
    É curioso ver todo este amor pelo "The Madcap Laughs" (como dizes, "ainda continua a apaixonar muitos ouvintes"), que foi na verdade um álbum de muito difícil gestação e provavelmente não teria acontecido se o David Gilmour e o Roger Waters (principalmente o David, que era amigo de infância do Syd) não o tivessem ajudado. Eu sou fascinado pelo Syd Barrett e doido pelo "Piper" (IMO um dos 5 melhores álbuns dos Pink Floyd), mas para mim o "Madcap" é já um produto inferior do génio do Syd, onde ele se mostra muito debilitado. Serve perfeitamente, como tu referes muito bem, como uma amostra "do trabalho de um homem que se estava a destruir lentamente", mas fica a milhas do génio que ele mostrou no "Lucifer Sam", "Matilda Mother", "Flaming", ou "See Emily Play".

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    1. Muito obrigada :D
      O "Piper" é o meu álbum preferido dos Pink Floyd (apesar de não o considerar o melhor) também muito por causa do génio que o Syd era. Depois disso, descobri o Madcap Laughs que também adorei, mas concordo contigo quando dizes que é um produto inferior e obviamente que os problemas do Syd também contribuíram para isso.

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    2. Só mais uma achega acerca do nosso Terrapin :)
      Há pouco dei de caras com um dos melhores artigos sobre música que li nos últimos, sei lá, anos. É a lista dos álbuns mais messed up pela droga de sempre. Adivinha quem arrecadou o primeiro lugar :)

      "No other album was even considered for the top spot. Without question, this is the most raw, disturbing, and haunting entry on the list. So much so that both solo works had to be included. Syd Barrett left Pink Floyd in 1968 due to mounting instability and lysergic dissolution, but it’s because of his huddling pair of solo albums, Madcap Laughs and Barrett, that he appears here. This is broken music. Lost Thelonius. Way out on the coil. Completely untethered. But it’s also beautiful, transcendent, and truly childlike. The structureless quality of the songs, combined with improvised lyrics and jarring (but somehow perfect) rhythmic changes, tap into something elemental without making any effort to. These songs simply exist. It’s a sound bands have been laboring to achieve for half a century, but only Syd sounds like Syd. And even he only briefly did."

      http://www.theweeklings.com/sbeaudoin/2014/02/26/the-50-most-drug-addled-albums-of-mania-dissipation-and-beauty/

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    3. "3 álbuns solo"......??????????????

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    4. "3 álbuns solo"......??????????????

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